terça-feira, 28 de abril de 2009

De Riacho Seco Para o mundo!

Gente! estou acessando a NET diretamente da escola Ananias Carlos localizada em Riacho Seco, que maravilha a tecnologia está chegando também aqui. A escola adquiriu uma antena de acesso a rede.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Práticas de Alfabetização e Letramento

Artigo_____________________________________________________

Nazarete Andrade Mariano *
Especialista no Ensino de Língua Portuguesa e Literatura pelo IBPEX e Graduada Pela UPE- Universidade de Pernambuco




RESUMO


O artigo aborda uma reflexão crítica no que tange o processo metodológico e as práticas de alfabetização fundamentados nos teóricos, Paulo Freire e Magda Soares, entre outros. Será feito enfoques sobre o alfabetizar letrando, pois de acordo com Magda Soares, letrar é mais que alfabetizar. Entretanto se analisarmos no decorrer das décadas até os dias atuais, perceberemos que ainda estamos negando ao aluno as práticas contextualizadas no desenvolvimento da alfabetização, tendo neste processo ainda como algo estanque.


PALAVRAS-CHAVE: prática de alfabetização, letramento, sucesso escolar,



INTRODUÇÃO



Aqui, de forma coerente, pontuarei sobre os fundamentos metodológicos e práticas de alfabetização usando, com isso a estrutura de um artigo para abordar minha fala sobre um assunto que requer tanto, os atos da leitura quanto o da escrita pois, estes precedem o ato de educar. Tal tema será fomentado de forma cientifica, crítica e reflexiva, por acreditar que o professor necessita desenvolver suas práxis docência a partir de um contexto, deixando transparecer de maneira concreta que faz uso destas duas práticas no dia – a – dia da sala de aula. Além disso, o conhecimento se faz de forma contemplativa na evolução do saber.
Para ter uma compreensão no sentido contemporâneo do conceito de alfabetização, entendido até poucas décadas como mera codificação e decodificação das letras, é preciso compreender as práticas construídas e adotadas nas aulas tradicionais de alfabetização e perpassadas para o cotidiano social.

Será essencial desfazer a aula copiada como marca registrada do professor. [...] esta marca deverá transformar-se no questionamento reconstrutivo, alimentado pela pesquisa como princípio científico e educativo. Hoje, o professor, é mero instrutor. Acha que sua habilidade é apenas a de repassar conhecimentos e procedimentos, mantendo em si e no aluno o fosso medieval do alinhamento impositivo. ( DEMO. 1996, 10)

Observa-se que o papel do educador é bem mais de que o trabalho simplório e enfadonho de repassar ou transmitir informações. É preciso que este tenha em mente a importância do seu labor diante do construir, para que o educando seja agente ativo e reflexivo do mundo, na qual leve em consideração o contexto real do sujeito em formação, pois o mesmo precisa desenvolver seus pensamentos e idéias através da linguagem escrita e/ou falada.




A Alfabetização e Suas Nuanças


Se observarmos as diversas alterações no decorrer do tempo sobre o conceito de alfabetização, perceberemos que até os meados da década de 40 do século XX, as pessoas alfabetizadas eram aquelas que sabiam ler e escrever e para isso, comprovavam escrevendo seu próprio nome. Nos anos posteriores ocorreram alterações gradativamente e, a partir das décadas de 60/70 passaram a ser consideradas pessoas alfabetizadas aquelas capazes de ler e escrever um simples bilhete. Essa mudança resultou na ampliação do conceito de alfabetização, envolvendo o uso da leitura e da escrita que seja inserida em uma prática especifica de leitura.

Mesmo assim, no Brasil, o índice de analfabetismo ainda é muito grande, essas mudanças ocasionaram na ampliação das taxas de analfabetismo englobando pessoas que não dominam o sistema de escrita e também as que tiveram acesso limitado a escolarização ou que tem poucas habilidades de leitura e escrita. Nos últimos anos estabeleceram novas concepções para a alfabetização, onde utiliza um novo conceito, para que o sujeito seja uma pessoa alfabetizada, o de letramento.
Porém, o termo letramento não substitui a palavra alfabetização, mas aparece associada. Alfabetizar e letrar são duas ações que não se separam, ou que uma termine para a outra iniciar, ao contrario, o ideal é de alfabetizar letrando, como afirma Soares (2003) ensinar a ler e escrever no contexto das práticas sociais da leitura e da escrita, de modo que o individuo torna-se ao mesmo tempo alfabetizado e letrado.


A Contemplação da Alfabetização Plena


Este artigo não tem como proposta de trabalhar respostas prontas sobre o processo de alfabetização, mas de tentar discutir como vem ocorrendo nas práticas de ensino da alfabetização e como estão sendo desenvolvidas, em que seja efetivado um ensino que trabalhe de forma política e pedagógica para que o sujeito saiba o significado do conhecimento desde os seus primeiros contatos com saber em sala de aula.
Sabe-se que estas discussões sobre o alfabetizar letrando não é nova, mas também não pode ficar como algo estanque, pode ir além, com suas diversas significações para a vida dos sujeitos em formação. Com isso é preciso que a escola básica pense suas práticas de ensino, em especial das primeiras letras, levando em conta o contexto que os alunos estão inseridos.

[...] etimologicamente, o termo alfabetização não ultrapassa o significado de “levar à aquisição do alfabeto”, ou seja, ensinar o código da língua escrita, ensinar as habilidades de ler e escrever; pedagogicamente, atribuir um significado muito amplo ao processo de alfabetização de sua natureza, na configuração das habilidades básicas de leitura e escrita, na definição da competência em alfabetizar. ( Soares, p. 15, 2003)

Não dá mais para pensar o ensino da alfabetização como o simples be –a- bá, mas partir de situação de uso que o texto oferece e desenvolver as competências em relação às práticas sociais de leitura e escrita, pois para essa finalidade é que se aprende a ler a escrever, para utilizar em diversas situações que a sociedade exige das pessoas.
Deve-se ressaltar diante desse recorte da autora Magda Soares, que se sabe o ponto que se inicia, mas não sabe a conclusão do letramento. Exigindo cada vez mais sua compreensão acerca das especificidades do processo de ensino – aprendizagem, para atender a um público que precisa suprir as exigências do mundo contemporâneo, faz-se necessário que o alfabetizador se debruce sobre questões que enfatizem o letramento e a comunicação como pratica social da língua escrita.

A Leitura da Palavra e a Leitura de Mundo

Diante das discussões pontuadas sobre a alfabetização, percebe-se que a escola tem vivenciado mudanças significativas em sua estrutura como um todo, uma delas é justamente a adequação do saber em relação ao contexto de mundo que aluno traz para sala de aula. É partindo da interação com o educando que o aprendizado ocorre. Diante dessas reflexões, o educador deve ter em mente essa abordagem, pois o aluno não mais irá esperar a resposta pronta e acabada do professor, mas sim partir dele o entendimento do assunto em questão.
Nessa perspectiva, deve-se levar em conta que a educação surge a partir das interações das relações humanas desenvolvidas no tempo e no espaço em que as mesmas acontecem no desenvolvimento de novas habilidades e diversas compreensões de vida e de mundo. O educador Paulo Freire nos contempla com suas brilhantes colocações de que a leitura da palavra precede a leitura do mundo.
É mister teorizar a vida para que o sujeito sócio – histórico, por que não linguisticamente, tenha condições de compreendê-la e interpretá-la nos diversos segmentos em que viva socialmente, consciente que seu bem- estar ultrapassa os limites de sua individualidade, fazendo do conhecimento algo coletivo e dinâmico.

Aprender a ler, a escrever, alfabetizar-se é, antes de mais nada, aprender a ler o mundo, compreender o seu contexto, não numa manipulação mecânica de palavras mas numa relação dinâmica que vincula linguagem e realidade. Ademais, aprendizagem da leitura e a alfabetização são atos de educação e educação é um ato fundamentalmente político. (FREIRE, p 9. 1996.)


Considerações

Os avanços sobre o ensino de alfabetização nas escolas brasileiras tem crescido paulatinamente, como foi abordado neste estudo, mas há ainda, uma grande preocupação a esse respeito, pois muitas inquietações rodeiam a prática dos professores em sala de aula, até porque estes fizeram parte de uma escola que praticavam uso do processo de decorar e do copiar várias vezes para “aprender” determinado conteúdo.
Salutar encontrar professores com essas inquietações, isso é prova que algo está sendo feito, ou nas últimas das hipóteses, intenções estão surgindo para que se faça alguma coisa, até porque sabe-se que algo não está mais dando certo dentro do espaço escolar, ademais há contemporaneidade fazendo com o sujeito social, seja também um sujeito ativo nas suas tomadas de decisões, e os processos de alfabetizar e letrar nos remete essa nova ordem social.
Propõe neste estudo, a (re)significação das práticas de ensino, no que tange as primeiras letras, repensando uma práxis voltada para a necessidade social do educando, partindo sim da leitura prévia que o aluno traz, mas não esgotando nela, evoluindo assim nesse contexto para construção do conhecimento sistemático que a escola oferece fazendo portanto, recortes aos diversos conhecimento que os mais variados segmentos sociais propõem para os indivíduos que neles atuam.
Ademais, que a pesquisa seja o objeto nas práticas de sala de aula, fazendo do ambiente escolar, um espaço de interação sócio - comunicativa nas relações escola – professor – aluno- mundo.





REFERÊNCIAS

MAGNO, Marcos. PRECONCEITO LINGUÍSTICO: O que é, como se faz. São Paulo, Editora Loyola, 2001.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários a prática educativa. São Paulo, Editora Paz e Terra.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido: Terra Nova, 1990.
DEMO, Pedro. Educar pela pesquisa. São Paulo: 6ª, Autores Associados, 1996.
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. São Paulo: 12ª, Cortez, 1986.
SOARES, Magda. Alfabetização e Letramento: Contexto, 2003.
PCN´s ed 3ª. Brasília: 2001.