sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

SEQUÊNCIA DIDÁTICA 1 1º ANO

1ª Seqüência Didática


ESCOLA: Poeta José Raulino Sampaio
PROFESSORA: Nazarete Andrade Mariano
TEMA GERAL: ESCOLA: Espaço de Pesquisa e Construção do Conhecimento Cientifico.
TEMA DA ESCOLA: O Uso dos Gêneros Textuais nas Diversas Mídias e Saberes
TEMA DO SEMESTRE: Meio Ambiente e Valorização da Cidadania.
ÁREA: Linguagem
DISCIPLINA: Língua Portuguesa
Eixo Norteador: 1. Produção e compreensão de textos orais e Leitura e 2.Compreensão de Textos e 5. literatura
ANO: 1º ano
TEMPO: 10 aulas ( 50 minutos)



I. CONTEÚDOS:
Recepção dos alunos com dinâmicas de apresentação levando em conta a linguagem oral.
1. Produção e Compreensão de Textos orais.
Padrões de entonação e reflexão sobre o texto oral e pronuncia das palavras.
Discussões sobre língua e linguagem oral.
Particularidades de pronúncia de certas palavras.
Oralidade nos textos escritos.

2. Leitura e Compreensão de textos:
Expositivo: resumo de filme ou novela
Informativo e injuntivo: comunicado escolar, notícia.
Argumentativo: resenha e opiniões pessoais.
Narrativo e Descritivo: poema
Recurso lingüístico: grau de formalismo,
5. Literatura Brasileira:
Relação entre os estudos de literatura e linguagem;
A literatura na sociedade atual
Conotação e denotação
Poema: diferença entre verso e prosa.

II. OBJETIVOS
- Reconhecer os efeitos do uso de certas expressões que revelam a posição do falante em relação ao que diz. ( ou o uso das expressões modalizadoras)
- Reconhecer os procedimentos e as marcas lingüísticas típicas da conversação.
-Identificar os diferentes padrões de entonação, conforme a natureza das intenções pretendidas pelo enunciador.
-Identificar as particularidades de pronúncia de certas palavras envolvendo textos informativos e argumentativos.
- Reconhecer os elementos pragmáticos na interação, observando os papeis sociais e comunicativos dos interlocutores, bem como a função sócio-comunicativa do gênero.
- Reconhecer as estratégias textualizadoras bem como as palavras chaves do texto.
-Identificar os recursos lingüísticos em relação ao contexto em que o texto é construído.

III. RECURSOS

• Textos de diversos gêneros em envelopes
• Folhas de oficio
• Cartolinas
• Quadro branco e pincel / apagador
• Livro didático
• Caneta e lápis
• Data Show e notebook


IV. METODOLOGIA / APLICABILIDADE
1º MOMENTO: 04.02.10
No primeiro momento será feita uma dinâmica rápida de apresentação para uma sondagem dos novos alunos sobre as perspectivas em relação ao primeiro ano do ensino médio, bem como ao ensino de Língua Portuguesa. Logo em seguida será aberto uma discussão sobre linguagem oral, levando em conta as colocações dos alunos e das alunas em relação a temática abordada.

2º MOMENTO: 08.02.10 e 18.02
Pegando um gancho sobre a discussão de linguagem oral, colocar no quadro os temas dos projetos: do estado, da escola e do bimestre para fazer uma rápida discussão sobre o que projeto e quais as concepções que envolvem as temáticas que serão desenvolvidas durante as aulas do corrente ano, será colocado também o conteúdo desta sequência didática para que os alunos fiquem inteirados do que iremos trabalhar e como trabalhar.
Em seguida, abordar-se-á sobre produções textuais na oralidade, com isso, entregando um envelope contendo os gêneros textuais descrito no conteúdo acima. Os grupos irão escolher um gênero dentro envelope para fazer uma leitura entre eles, após a leitura cada grupo irá, a partir das intervenções da professora de língua portuguesa, identificar:
• O gênero
• A tipologia predominante
• A conotação ou denotação
• Se é prosa ou verso
• Literário ou não literário
• Se há marcas de oralidade.
Concluído com a discussão do referido texto, por parte do grupo, será pertinente fazer um gancho entre o texto analisado e o grau de formalismo do mesmo, bem como analisando pronuncias de algumas palavras. A cada texto que constará dentro do envelope será feita a mesma análise e bem como a interpretação da temática.
Vale ressaltar que o tema dos textos será articulado a partir da temática do projeto, pois optamos por trabalhar o uso dos gêneros textuais nas diversas mídias e saber que iremos desenvolver para primeira unidade a questão do meio ambiente e a valorização cidadã.

3º MOMENTO 22.02 e 25.02

Após as discussões sobre os textos orais e a relação do estudo de literatura e linguagem, em especial na sociedade atual, (desenvolvidas a partir dos textos entregues em envelopes). Cada grupo irá apresentar para os demais colegas o conhecimento construído no decorrer desta atividade, está apresentação ocorrerá em forma de seminário, no qual cada aluno ficará responsável por um gênero analisado, é pertinente lembrar que a escolha do gênero ocorrerá em forma de sorteio.







V. AVALIAÇÃO
Para fazer uma avaliação precisamos levar em conta os objetivos aqui pretendidos, pois se não for atingindo alguns dos objetivos é porque a situação didática não atingiu a construção do conhecimento de forma integra.
Os alunos irão tecer opiniões sobre as características dos gêneros diversos , pegando um gancho para uma análise da oralidade e da oralização, bem como as questões pertinentes a literatura, considerando o reconhecimento de certas expressões que revelam a posição do falante em relação ao que diz.
O Professor irá fazer uma avaliação contínua no processo de produção e compreensão de textos orais, levando em conta a pertinência da prática desenvolvida durante o fazer saber, bem como os conteúdos sempre a partir dos gêneros textuais trabalhados na unidade, será atribuído de 0 a 2,0 pontos.

VI. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
PEÇANHA, Geraldo. Transposição Didática Ed. Cortez
Módulo do Gestar II
Jornais: do Comércio e Diário de Pernambuco.
KOCH, Bentes, Cavalcante. Intertextualidade: Diálogos Possíveis. 2ª Ed, SP: Cortez, 2008.
CEREJA,Willian; COCHAR, Tereza Português: linguagens. volume 1.5ª Ed. – SP: Atual. 2005.
Organizadoras:Dionísio,Angela; Machado, Ana; Bezerra, Maria Auxiliadora. Gêneros Textuais & Ensino. 2ª Ed.Rio de Janeiro: Lucerna, 2002.








RESULTADOS DO TRABALHO RELACIONADO A 1ª SEQUÊNCIA DIDÁTICA
1º ANO – ENSINO MÉDIO TARDE – LÍNGUA PORTUGUESA


Levando em conta os objetivos pretendidos na sequência didática em questão, trabalhado a partir das marcas lingüísticas da convenção, no qual os alunos perceberam as diferentes intenções que o enunciador faz uso na oralidade, a partir da análise de texto em prosa e verso os mesmos perceberam as particularidades da pronúncia de certas palavras, junto a esta análise, também analisaram os argumentos dos textos, as informações contidas, os papeis sociais que o texto tinha com função para os interlocutores, bem como as linguagens existentes em cada texto analisado.
Vale lembrar que foi feita uma abordagem geral dos conteúdos acima propostos, partindo dos gêneros também escolhido para o trabalho nesta sequência didática. Os alunos preencheram uma ficha sobre as características descritas acima dos gêneros em abordagem para em seguida socializar em forma de seminário as análises contidas sobre os textos, inclusive a leitura.
A maioria alunos fez leitura e desenvolveu o debate em forma de seminário sobre os resultados levantados na análise feita em sala de aula. Digo a maioria por que dois alunos, ou melhor, um aluno e uma aluna não conseguiram participar desta atividade, estavam em sala, mas, se recusaram de fazer se quer a leitura dos textos, não conseguir nesta situação didática identificar a leitura desse aluno e dessa aluna. Após as diversas leituras dos gêneros aqui trabalhados, a partir das minhas intervenções observamos as características do comunicado escolar, do resumo de novela e de filme, da notícia e da resenha. Esta última dei uma atenção especial, detalhando com maior profundidade, pois muitos ainda não tinha conhecimento deste gênero. Então coloquei duas resenhas e resumos nos slides, para trabalhar com os alunos ( mesmas resenhas lidas em sala, sobre o filme “ Escritores da Liberdade) a partir das instigações feitas, os alunos e as alunas foram identificando aspectos específicos da resenha.
Espero que nos próximos trabalhos envolvendo socialização gêneros textuais os mesmos desenvolvam não só a leitura, como também, sua argumentação diante da sala. Os demais fizeram a socialização da atividade, alguns com mais desenvoltura outros com menos, atingindo assim, ao resultado esperado para esta primeira situação didática.




Petrolina, 24 de Fevereiro de 2010.
Nazarete Andrade Mariano
Profª de Língua Portuguesa.

RESENHA DO PROJETO LÍNGUA MATERNA E MATEMÁTICA

MARIANO, Nazarete; LEAL Cristiane. A MATEMÁTICA E A LÍNGUA MATERNA: Resgatando Valores Através do Esporte. Petrolina, 2009.

Resenhado por Nazarete Andrade Mariano. Professora de Língua Portuguesa da escola Poeta José Raulino Sampaio, Petrolina – PE


Nos discursos acadêmicos e educacionais, comumente falam-se em um ensino integrado e interdisciplinar, porque não dizer transdisciplinar, ou seja, em estratégias e situações que promovam uma educação sistemática inter-relacionada, se não com todos, pelos mesmos com os principais eixos que norteiam o ensino na escola básica, para que este seja de relevância nas escolas públicas e contribua à construção de meios que dêem nova dinâmica no espaço educacional, pois ainda são muitos os ranços e fatores complexos que não facilitam o acesso do alunado em atingir os pilares básicos da educação. As autoras Mariano e Leal, abordam de maneira clara e prática essa relação de intervenção entre os eixos temáticos, porque não dizer entre os componentes curriculares considerados críticos pelos que fazem a educação acontecer.
As mesmas acreditam e idealizam um trabalho pertinente ao ensino da Língua Portuguesa e da Matemática co-relacionados e dinâmicos na construção interacional do conhecimento, pois não acreditam trabalhá-los de forma isolada, mas, criando ganchos nos diversos contextos para intervir nas realidades impares que os alunos trazem, mesmo que de maneira indireta, para o espaço escolar, gerando assim, subsídios na promoção do fazer pedagógico. “ pois o saber é algo complexo e por ser dinâmico é mutável. Isso ocorre por ser aplicado nas diversas realidades, das mais complexas às mais simples, com seus diversos indivíduos e culturas”.( p.02)
A preocupação de trabalhar a transdisciplinaridade não se esgota nos dois componentes curriculares, o estudo vai além do ensino dos códigos e suas linguagens, bem como dos estudos propostos pelo Gestar II, extrapolando esses discursos para atingir o ápice das discussões, pois essas duas temáticas relevantes no cenário educacional, tem respaldo para persuadir os alunos sobre as questões voltadas às suas vivências em dimensões reais, atingindo os valores sociais que ora estão sucumbidos na inércia de contextos consumistas e da aparência superficial calcada na exclusão social. Urge então, criar perspectivas que diminuam a paudeperização do papel social da escola e do educador, cujos números mostram um cenário simplório e enfadonho, comentam as autoras. Levando, com isso, os alunos a se sentirem distantes dos estudos e esses sem sentido para suas vidas, assim sendo, é salutar intervir com práxis voltadas à promoção intelectual que possam influir na formação crítica para a realidade em que o sujeito em formação atue.
Vale ressaltar que o estudo em questão busca no bojo das discussões suas nuances, mobilizando a busca de novos alentos a partir da esfera da sala aula dos alunos da educação de jovens e adultos para a promoção de atividades que afetem suas realidades na melhoria do perfil do estudante e conseqüentemente na vida em sociedade. A partir das relações que envolvam Língua Materna, Matemática, valores sociais e educação de Jovens e Adultos, que tem como pano de fundo as atividades esportivas, porém estas servem de elo entre os itens citados e desenvolvidos nos trabalhos e sala de aula, como também os dados levantados em campo, pois percebe-se que para validar o referido estudo, há uma necessidade de confrontar com dados diagnosticados na vida em sociedade.
As autoras tornam seus estudos mensuráveis a partir da validação dos pressupostos teóricos em que escolhem com maestria, calcando seus discursos com os PCN´s, bem como referenciais renomados como Bagno da lingüística, D´Ambrosio da entomatematica, Ducrot que acredita nessas discussões e, ainda fizeram uma ponte com Milton Santos que discorre de temas que extrapolam a Geografia buscando novos alentos em outros acervos do conhecimento que vistos sobre uma nova dinâmica para um paradigma novo superando assim as construções já ultrapassadas. A partir das articulações estabelecidas com esses referenciais que servem de âncoras para novos conhecimentos, mesmo que se utilizem de velhas bases. Mas, considerando as linguagens e suas variações e os códigos e suas múltiplas funcionalidades na vida das pessoas, pois como diz J. Brunner ( 1964), que o professor de matemática é o mais próximo da Língua e Literatura.
As situações contempladas pelas professoras, entre outros, destacam o uso efetivo nas diversas práxis sociais, incluindo as produções textuais, seja na matemática seja na língua, pois assim o aluno terá respaldo de contemplar e intervir no desenvolvimento como individuo social na realidade que se encontra, na promoção do saber, criando práticas que contemplam tanto o ato de desenvolver problemas bem como de interpretar situações impregnadas as diversas linguagens. Com isso envolveu-se o esporte como elemento intrinsecamente ligado ao ato de educar e, por conseguinte, ao resgate de valores tão importante na vida em sociedade.
Ainda aponta, neste estudo, as práxis pedagógicas na contemplação interacional das práticas sociais com articulação coerente e na fomentação por parte dos alunos e alunas em uso real. Segundo as autoras, [...] a idéia surgiu a partir do projeto da escola sobre ética e cidadania para que fosse pertinente à tentativa de resgatar valores que estão sendo cada vez mais descartáveis na sociedade moderna, como o respeito, a honestidade, a afetividade, consumismo, dignidade, entre outros. Apontam ainda a seqüência passo a passo como ocorrem tais estudos com suas respectivas atividades, fazendo com que todos os envolvidos no processo percebam as intenções e funções de cada atividade solicitada e desenvolvida.
A medida que enveredamos na pertinência deste estudo, mais integração e interação encontramos, com isso, caí-se por terra que a língua portuguesa e matemática são disciplinas estanques, que não se complementam. Isto a todo estante está sendo desmitificado em especial nas atividades vivenciadas pelas duas autoras - professoras, inclusive nas produções feitas pelos alunos que contemplam um entendimento dos dois eixos de maneira evidente, desde o trabalho com entrevista, teatro, reportagem passando pela poesia. É! A matemática com poesia fica bem mais suave, sem aquele formalismo existente também no gramático normativo.
Outro ponto relevante é a articulação entre os gêneros, tanto para a língua portuguesa quanto para a matemática, tão debatidos no curso Gestar II, pois a partir da realidade ou da visita de campo chega-se a análise de diversos gêneros, criando um alicerce na construção do saber, para quando o alunado atingir um grau maior de conhecimento não fique preso na inércia da fragmentação. Sabendo fazer uma coesão entre esses conhecimentos que se interagem e vivem em uma dinâmica pautada na transdisciplinaridade, pois aqui, percebe-se que as discussões ultrapassam a interdisciplinaridade indo direto à realidade do aluno, seja por debates, seja por pesquisa de campo e sem deixar de refutar aos conteúdos e conseqüentemente às avaliações bimestrais, que também, há interação comunicacional entre as duas modalidades de ensino.
Há na escola, em que o referido projeto foi desenvolvido, duas fases do ensino da Língua Portuguesa e da Matemática, uma antes deste estudo outra após, antes a visão da fragmentação e inércia andavam de mão dadas com suas individualidades e isolamentos, sem se preocupar com que a outra modalidade pensasse a respeito de suas práxis pedagógicas, após estas contemplações fomentadas, não dá mais para vê o estudo da Língua isolada do estudo da matemática, pois comprova-se que a partir de atividades como: uma entrevista feita na aula de Língua Portuguesa pode-se transformar em uma equação de 2º grau, bem como os resultados levantados em uma regra de três podem tornar dado importante na produção de um gênero como reportagem. Sem dúvida trata-se de um estudo esclarecedor de conceito pré – estabelecido, até então, de que a matemática e a língua portuguesa são elementos estaques e limitados. Com isso, os profissionais da educação farão uso das linguagens e dos códigos como instrumento ascensão do conhecimento nos diversos saberes.
Para finalizar Mariano e Leal, discorrem para que novas idéias sejam estabelecidas, convidando outros componentes curriculares que possam agregar valores na promoção de um objetivo comum: fazer com que os alunos e alunas se sintam capazes de produzir textos, tanto na modalidade escrita como na modalidade oral, que atinjam resultados que valorizem e intervenham nos diversos contextos da vida e para a vida. “ desejamos que essa simetria existente no bojo da escola traga um novo alento para o ensino da escola pública”. ( p.56)